sábado, 27 de abril de 2013

... maravilha...

é poesia, é ideal, é espelho
é sorriso, é voz, é mesclado branco e preto
preto no branco
é distância, encaracolados
é utopia, é voo
é paixão humana errante
é uma saudade ao som dos tambores
tem ritmo, tem a lua
não tem conforto, é inquieta
é poesia, é utopia
é ideal
uma maravilha.


dela

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

...


    Segue o teu destino,
    Rega as tuas plantas,
    Ama as tuas rosas.
    O resto é a sombra
    De árvores alheias.

    A realidade
    Sempre é mais ou menos
    Do que nós queremos.
    Só nós somos sempre
    Iguais a nós-próprios.

    Suave é viver só.
    Grande e nobre é sempre
    Viver simplesmente.
    Deixa a dor nas aras
    Como ex-voto aos deuses.

    Vê de longe a vida.
    Nunca a interrogues.
    Ela nada pode
    Dizer-te. A resposta
    Está além dos deuses.

    Mas serenamente
    Imita o Olimpo
    No teu coração.
    Os deuses são deuses
    Porque não se pensam.


    Ricardo Reis, 1-7-1916

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tchubirubi

Meu coração para esse moço que veio depois de mim... mas que se for antes me levará o caminho.
Nunca atravesse meu caminho, digo, nunca ultrapasse-me no caminho, deixe que eu pise no tétano antes e depois passe seguro você.
Vamos fazer juntos sim, mas eu vou primeiro... então depois você me desenha maior que todo mundo.
É com i mais é com e, e de é meu e i de inteiro. Ermão.

Tétano

Já não posso mais com chá... e ele que era meu amigo inseparável. Agora me irrita as mucosas e coisas passíveis de irritação.
Também não tolero mais os telejornais, escorrendo desgraças e sorrindo passatempos de cunho opiáceo... resolvendo as crônicas e as agudas.
Gostava também daqueles cabelos lisos, boca carnuda e olhos delicadamente puxados... não que deixaram de me chamar a atenção, mas agora não me servem.
Movia montanhas por um refrigerante de laranja, mas o cheiro me enjoa nos dias de agora.
Mês passado percorreria milhas por um beijo e nem sequer me imagino no esforço.
Semana passada gastaria reais e irreais, em lugares que sequer sinto pena, por um beijo...e já nem recordo das fotos que me arrancaram.
Ontem andaria quadras para verificar o peso e remediar o resultado... hoje me afogo em um bolo recheado e coberto com deliciosas calorias de chocolate.
Nem me arrependo. Nem me lamento. Nem me seguro. Nem me imagino. Nem me sei.
Se amanhã pisar em uma ripa com um prego... e depois notar que ficou a sujeira, tomar anestesia para limpar e mesmo assim me restar o tétano, nem me vou morrer depois de amanhã. Sei bem que foi a doença da neurotoxina da bactéria do ferimento do furo do prego da ripa que eu não vi. Mas nem morrerei.
É tanta coisa, tão importante, que me palpita o coração, que me suspira o suspiro, que me deixa a boca vermelha, que me brilha os olhos... mas nem morrerei. Disto não.
E depois de depois de amanhã vou escrever mais coisas do passado que já não são mais... mas eram tanto... Nossa!!!... como eram.
E eu que escrevia para ninguém ler, persisto.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Nem o benefício da dúvida
Nem as rosas colombianas
Nem os casamentos perfeitos
Nem o brilho nos olhos 
Nem o prazer do teu hálito
Nem o sorriso sem jeito
Convence/m
A mentira Nem a verdade
Convence

terça-feira, 10 de julho de 2012

Já disse e repito: essa tal de espera pelo almejado quase sempre é melhor do que tê-lo!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Só escreve-se bem com a alma perturbada,
não de todo mal e, sem saber, de todo o bem.
E a sua maior qualidade é estar comigo, pois de nada servem as outras... tantas que nem conto aos números, exponencialmente numeradas graças a maior de todas... estar comigo.
Mas é uma grande mentira, tantos e outros e o púbico saberá que não é a maior de todas, pois valem mais sem esta. Valem para todos e não só para mim.
E eu sou contada aos números, uma só e os outros sequer são contados, pois são todos... o que já é o suficiente para derrubar a maior de todas.
Pois que venham os próximos, a minha vez já tive! E tive antes e lapidei para a sequência... assim como o fez comigo.
Sortudos, não sabem o que perdem... e se soubessem, miseráveis! Eu sei.

Rosas

Se me permite,
                       a última,
                                    pois era a que faltava.
E se te oferecesse todas as outras anteriores de uma só vez, não haveria de ter tanta graça quanto cada solitária, uma por vez, vez por uma escolhida minunciosamente, em um ritual de carinho e satisfação... procurando a mais perfeita, a tal da merecedora.

Se faltava,
                a última,
                            pois é a que me permite.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

De novo...

Ontem a noite eu conheci uma guria, e sim, eu já conhecia...
...como na música que eu ouvia!!!
E me vieram com milhares de recomendações e perguntas e respostas e histórias e projeções... 
... e eu só com uma vontade enorme de ser... e eu sou!
E eu que acho tudo muito engraçado, quase vejo um palhaço, ri sozinha pensando em uma vontade enorme...
e eu quero!
E se eu tivesse uma câmera... também te retrataria naquele ângulo!
E fim.

domingo, 2 de outubro de 2011

Amanhã

Nada como um novo dia, cheio de nada para que se encha de novo... e não sendo mais novo, nada como o seguinte, para que se encha de tudo e seja seguido de mais outro.
E ontem? Sobre ontem eu diria que não há nada como um novo dia, cheio de nada para que se encha de novo...
Ah, se eu soubesse... das horas de espera, dos minutos de frustração, das noites sozinha, das vontades crescentes...
Ah, como se eu não soubesse que os opostos se atraem, que os opostos me atraem, sem vice e versa...
Oh, se eu quisesse o que posso...
... se pudesse o que quero...
Se eu não soubesse que é mais honroso o tentar e tentar e tentar sem conseguir...
... do que o conseguir sem tentar... estaria bem, em boa companhia. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Eu gosto de ficar só, mas gosto mais de você." (Busy man)

A cada nova divergência acabada em conversa e solução, pretensão de plenitude (utópica, mas a pretensão é venerável) e a certeza da evolução, os laços são reafirmados... e como se não bastasse isto, os laços são fortalecidos. Ontem, hoje e amanhã, melhor e maior. Seguro e com sorriso de satisfação. Reafirmado.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Certas vezes parece perda de controle
Um dia e outro dia e mais algum
A rotina conforta e também acaba com
Casamento, amor, paixão
Não esperança
Sem rotina, gozando da segurança da não perda
Perdendo o controle
Não existe o intuito de
Existe o hábito de
Sem intuito
Rotineiramente
                      sem segurança.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O menor

É falta de um problema maior
Projeto idéias insanas
Quero por aqui e quero por lá
Não quero pela manhã 
Morro de ciúmes ao anoitecer
E nem proprietária sou
Durmo e sonho com
Acordo e imagino sem
Que me venha um maior
Pra que eu esqueça este
Menor

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ébria, caiu em tentação.
Não resistiu, não pensou duas vezes e se atirou.
Fez o que queria, quis o que fazia.
Se gostou, não se sabe. 
Fez-se inerte antes mesmo de esquecer o gosto.
E a memória é curta.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Turista

Muitas distâncias após cheguei, mas não era turista.
Já conhecia tudo aquilo que nunca havia visto e não era tudo o que queria.
Fui querendo conhecer o que eu já tinha visto, experimentado a milionésima parte e visitado em sonho.
Dúzias de curvas e léguas famigeradas, fotos e mais fotos e nada do que queria.
Dezenas de milhares pagariam centenas de dinheiros por aquelas vistas que não me interessavam.
Fui de turista querendo apenas uma em 6 milhões da cidade. 
Uma em 6 milhões.
De turista passei a não turista, não vi, não estive e não entendi... mas voltei.
Fui porque sou de ir, mas voltei.

sábado, 16 de julho de 2011

Escolta

    Como se lhe ameaçassem a integridade decidiu pela escolta, não que fosse uma situação extrema... sempre arrumava segurança.
    Engraçado é defender-se de algo tão bom quanto o que deseja muito e sempre.
    Certos entendidos chamaram de "sabotagem", talvez seja o mais adequado... porém não foi uma conclusão de quem aqui escreve, portanto não vale o ruminar.
    Escoltada sempre teve poréns para citar, para se convencer e nunca houve tempo maior que míseros minutos para se render. Só o suficiente pra ter medo e correr.
    Em um futuro, longe ou imensamente distante, não haverá escolta... sem poréns, sem ferramentas, sem poder desviar o olhar, sem ignorar o querer, não contará com criatividade parar construir barreiras... restará o perigo, a vontade e a rendição.
    O perigo é renitente, a vontade é fato, a rendição é assunto do tempo.

         E já questionaram: "-Você não percebe a plenitude?"

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Minha princesa cordel

"Minha princesa
Quanta beleza coube a ti
Minha princesa
Quanta tristeza coube a mim..."
   
                  Gilberto Gil



                                                  De uma rosa a uma lágrima.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

...

Realmente acredito na probabilidade do impossível, como aquela idéia do objetivo inatingível e da força que não pode ser detida.
Também gosto da parte da vida que me apresenta os sistemas complexos e dinâmicos que, por alguma razão, mostram a famigerada tendência... até no gráfico. E eu acredito! Como pode?
Então eu deito e me pergunto se o convite, o sorriso e ou o beijo veio ou vieram do coração, do cérebro ou do meio das pernas. E na sequência me surge outra questão... como pode eu querer tanto?
Será o  impossível? Será o caos? ... determinado, eu sei!

terça-feira, 21 de junho de 2011

WA

"O homem cercado de muitos amigos tem neles sua desgraça,
mas existe um amigo mais unido que um irmão."

                                      Provérbios, 18:24

Inspirada pela Su em um email.

sábado, 18 de junho de 2011

-Perdi a vontade!
-Como?
-Assim, como quem perde a vontade.
-Em um segundo, sem motivo?
-É, sem vontade.

domingo, 12 de junho de 2011

Eu sei como é...

Dias atrás encontrei na "literatura" alguém ruminando sobre a escassez de "recursos humanos valiosos". A idéia central era que você até pode encontrar alguém considerado um "bom partido", então irá acreditar ser o "amor" de sua vida, a criatura com quem irá dividir seus planos, sentimentos, fatos, afins e correlatos... mas chega um belo momento que vem o marasmo, que você se cansa e quer "mais". A consequência é um término doloroso para a linda pessoa que acreditou em você e uma perspectiva imensa de "novas aventuras" de sua parte. Finalmente estará "na pista" e em pouco tempo perceberá que ninguém vale a pena na pista, que todos querem aventura e não dão a mínima para a pessoa que podem encontrar, mas sim olham a carne que aparece. Você começa a pensar no porquê daquilo e chega a maravilhosa conclusão que a maioria ali um dia foi o "amor" da vida de alguém, que levou um fora, um térnimo traumático e um coração partido, que a partir deste fato começou a acreditar que ninguém vale a pena e que foi pena ter se doado... então foi para a pista partir corações.
E em outra literatura mais elevada li que "os impuros de coração toparão com outros corações como o seu próprio o foi"... pois é  o que acontece! O impuro então tem o mérito por lamentar a perda de um "amor" para uma vida e de formar mais um infeliz como ele. Mas o "amor" ainda tem um coração puro, apenas está reagindo temporariamente... poderá encontrar outros que melhor lhe compreenderão!
Quanto a você, impuro, digo que sei como é... só não entendo!
Agora preciso ir... meu tempo de reação está acabando... encontrarei outros que serão eternamente responsáveis por mim!

domingo, 5 de junho de 2011

O beijo

Ontem acordei com o melhor beijo de toda uma vida!
Senti cada movimento de uma boca já conhecida... um beijo como nunca,
uma boca como sempre... recíproca!
Cheguei a suspirar... raro por aí.
Sem nenhuma dúvida o melhor beijo...

... tão bom que cheguei a acordar!